
A música tem sido uma companheira desde sempre. Já o ato da criação musical – algo até certo ponto involuntário - se apresentou quando eu tinha por volta dos quinze anos de idade.
Mais de duzentas músicas depois, olho um projeto adormecido sobre a prateleira. Chama-se Carbono e foi concebido, simbólica e didaticamente, para conter quatorze músicas.
Mais de duzentas músicas depois, olho um projeto adormecido sobre a prateleira. Chama-se Carbono e foi concebido, simbólica e didaticamente, para conter quatorze músicas.
Uma das músicas – o reggae Yin Yang – trata, como sugere o título, de uma determinada perspectiva de se encarar a existência e o universo. Em relação a essa música, um amigo meu, certa vez, manifestou seu desconforto para com a letra, que qualificou como “demoníaca”, mesmo compreendendo-lhe as premissas básicas.
Conceitos filosóficos e religiosos à parte, segue - adiante do som e da fúria - a letra.
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Yin Yang*
Letra e música: Duarte Dias
Se todos fossem santos
Como saber, então,
Da beleza
Que há na destruição?
Se todos fossem calmos
Como poder ir atrás
Do Nirvana
Que só a violência trás?
Eu sei que a cor branca
Contém todas as cores
Assim também quero habitar
Junto com ódios e amores
Meu paraíso é esse
Bem e mal são irmãos
Então, não há nenhuma lei a seguir
Só porque assim quer a tradição
Se todos fossem anjos
Fugidos do perdão
Como entender
Um ato de compaixão?
Se todos fossem filhos
Da sensação de dor
Como querer
Distribuir o amor?
.
Um comentário:
Gosto demais dessa música. Somos muitos em um. Ainda bem!
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