
Romance
Mário Faustino
Para as Festas da Agonia
Vi-te chegar, como havia
Sonhando já que chegasses:
Vinha teu vulto tão belo
Em teu cavalo amarelo,
Anjo meu, que, se me amasses,
Em teu cavalo eu partira
Sem saudade, pena, ou ira;
Teu cavalo, que amarraras
Ao tronco de minha glória
E pastava-me a memória
Feno de ouro, gramas raras.
Era tão cálido o peito
Angélico, onde meu leito
Me deixaste então fazer,
Que pude esquecer a cor
Dos olhos da Vida e a dor
Que o Sono vinha trazer.
Tão celeste foi a Festa,
Tão fino o Anjo, e a Besta
Onde montei tão serena,
Que posso, Damas, dizer-vos
E a vós, Senhores, tão servos
De outra Festa mais terrena
Não morri de mala sorte,
Morri de amor pela Morte.
6 comentários:
A vez do mestre por ele mesmo. Traduzindo-se.
Caro, inspirado na sua postagens sobre esses dois gênios, escrevi no meu blog umas mal traçadas linhas sobre eles: http://bit.ly/bOY9tI
Ôpa! Gentileza sua, Nirton.
Já "retuitei" e postei um comentário no Olhar Panorâmico.
Esses dois foram grandes e, como podemos constatar, são fontes perenes de inspiração.
Que venham mais textos.
Abraço!
Caro, tenho um amigo ator de teatro aqui em Brasília, que é ótimo em monólogos, é um estudioso de Artaud, e dei a ideia de interpretar poemas de Faustino e Dylan. Achou ótimo. Coube a mim fazer um roteiro dos textos.
P.S.: dê uma olhada no blog dele:
www.adeilton-lima.blogspot.com
Nirton,
Dei uma lida no blog do Adeilton e me pareceu que a sua idéia, além de muito boa, tem nele o parceiro ideal.
Grande sacada. Você devia pensar também num projeto audiovisual.
Creio que tem "pano prá manga".
Abraço!
Pois é, meu caro... esses poetas estão me invadindo. Sua sugestão pra um projeto audiovisual é tentadora... vamos devagar que esses anjos não são de barro mas merecem atenção... e você é o "culpado" de tudo isso.
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